Quais são os apelos sociais para as pessoas que se formam no curso de Ciências Mortuárias e de Cremação?
Por adminAlém dos procedimentos e serviços realizados, essas carreiras carregam uma grande responsabilidade social
Os ramos de Ciências Mortuárias e Cremação incluem serviços que são essenciais para a sociedade e que possuem uma alta demanda no mercado.
Estes serviços são prestados por órgãos públicos, municipais e estaduais, como o Instituto Médico Legal (IML), prefeituras que tenham Serviço de Verificação de Óbito (SVO), hospitais e laboratórios, e também no setor privado, em crematórios, funerárias, laboratórios e hospitais particulares.
Quando um aluno se forma em Ciências Mortuárias ou em Cremação ele poderá trabalhar em diversas carreiras. As Ciências Mortuárias envolvem 6 profissões, sendo elas: Auxiliar de Necropsia, Papiloscopia, Agenciamento Funerário, Tanatopraxia, Necromaquiagem e Reconstrução Facial. Você poderá conhecer quais as oportunidades de carreira em cada uma dessas áreas clicando aqui.
Já o profissional de cremação poderá atuar em vários cargos dentro de um crematório, desde a parte operacional e de limpeza, passando pelo atendimento, assistência e coordenação. Explicamos melhor sobre cada uma dessas funções da carreira de cremação neste artigo.
No entanto, algo que pode ser desconhecido para muitas pessoas é a função social que essas profissões e profissionais prestam para as famílias, para a sociedade e para o estado em geral. Cada serviço em sua particularidade oferece grande assistência para a população, seja no apoio emocional aos familiares, no cuidado com a conservação do corpo e reconstrução da face, na identificação humana, desinfecção e preparação para transportes, bem como descobrindo a causa da morte. Um grande benefício é também o cuidado e a preservação do solo, ar e lençol freático, impedindo a sua contaminação e proliferação de vírus e doenças.
Mais do que realizar procedimentos, essas carreiras carregam uma grande responsabilidade social, que são essenciais para todos. Vamos ver detalhadamente quais são elas?
Apelos Sociais para os profissionais de Ciências Mortuárias
Acolhimento aos familiares
O primeiro apelo social que o profissional de Ciências Mortuárias ou Cremação exerce é o acolhimento aos familiares. Para exemplificar tamanha importância dessa profissão, vamos imaginar um acidente onde a vítima, um jovem de 18 anos, estava andando de moto sem capacete e colidiu com a traseira de um caminhão, tendo uma perda tecidual e óssea de 30% no seu rosto. Nesse caso, será o agente funerário, com o seu conhecimento de reconstrução facial, quem reconstruirá a face, corrigindo grandes traumas, para que o rosto chegue o mais próximo possível da mesma feição que a pessoa possuía antes de falecer, dando, dessa forma suporte à família. Sem o seu serviço o velório haveria de ser com o caixão lacrado, não podendo ser aberto devido às condições da vítima.
Assim sendo, o agente funerário poderá refazer aquela face e depois, com o seu conhecimento de necromaquiagem, complementar o procedimento de tanatoestética, devolvendo a aparência mais próxima do corpo de quando estava em vida.
O serviço de necromaquiagem corrige imperfeições causadas por longo período de internação, lesões superficiais, etc. Com isso, é possível ter um velório mais digno aos familiares e amigos. Dessa forma, podemos dizer que houve ali um acolhimento social à família, uma vez que sem esse serviço o caixão ficaria lacrado no velório.
O agente funerário é o profissional responsável por vestir, maquiar e transportar o corpo para onde for necessário. É ele também que muitas vezes faz a venda das urnas mortuárias e arranjos de flores. Além disso, o agente funerário cuida da parte burocrática, dando entrada em certidões de óbitos e outras documentações necessárias ao bom cumprimento de um determinado caso e presta o apoio à família.
Já com o trabalho do auxiliar de necropsia, que presta assistência ao médico legista na análise da causa mortis, será possível descobrir o que levou a pessoa a óbito, trazendo alívio aos familiares ao saberem do que o seu ente querido veio a falecer.
Acolhimento a sociedade
A tanatopraxia é uma técnica de conservação que, além de retardar o processo de decomposição biológica, proporciona a descontaminação de vírus e bactérias e melhora da aparência do corpo. Este procedimento não só permite aos familiares um velório mais longo, mas também atende aos requisitos obrigatórios para o translado do corpo por diversos meios de transporte.
Como nesse serviço há a descontaminação, ele permite que os familiares possam tocar ou até mesmo beijar o corpo do ente querido sem que haja algum risco à saúde. Esse serviço, além de oferecer um grande benefício às famílias, oferece também um auxílio à sociedade, pois sem o risco à saúde e propagação de doenças, diminuirá os custos do Sistema de Saúde no geral e para o Estado, além da preservação da vida.
O Papiloscopista realiza atividades referentes à coleta de impressões digitais no vivo e no morto para identificação civil e criminal, faz a identificação papiloscópica e necropapiloscópica com a elaboração do respectivo laudo técnico, efetua a coleta e levantamento das impressões digitais em locais de crime, analisa esses materiais em equipamentos laboratoriais usando reagentes químicos, procede com a comparação de impressões digitais, armazena as informações em bancos de dados e elabora laudos e relatórios. Com o serviço de Papiloscopia, que realiza a identificação humana através das papilas dérmicas (as encontradas nas pontas dos dedos das mãos são chamadas de impressões digitais, as das palmas das mãos são chamadas de impressões palmares, enquanto as dos pés são chamadas de impressões plantares), será possível identificar de quem se trata o corpo, sendo essa informação muito útil para as famílias e para a sociedade. O papiloscopista também presta serviço aos cidadãos, realizando atividades referentes à coleta de impressões digitais para identificação civil e criminal.
Apelos Sociais para os profissionais de Cremação
Proteção da saúde e meio ambiente
Quando ocorre o enterro tradicional o corpo passa pelo estágio de putrefação. Esse estágio é composto de quatro fases, sendo a primeira fase chamada cromática, seguida pela fase gasosa, depois a fase coliquativa e por último a fase da esqueletização.
Na segunda fase, a gasosa, o corpo libera muitos gases, entre eles o gás sulfídrico, monóxido de carbono, a amônia e a fosfina. Esses gases podem atingir a atmosfera contaminando o ar que respiramos.
Já com a cremação não há esse perigo, pois o procedimento realiza a queima e eliminação desses gases tóxicos durante o seu processo. Há também um filtro no forno de crematório que impede a atmosfera de ser poluída.
Na terceira fase, a coliquativa, o corpo torna-se uma massa pútrida, e quando não há um jazigo impermeabilizado, essa massa alcança o solo e o lençol freático, contaminando a terra e as águas, e aumentando as doenças como a febre tifóide, a hepatite, a poliomielite, a meningite, etc.
Além disso, essa massa pútrida pode contaminar o solo com o necrochorume, que possui dois compostos altamente tóxicos e cancerígenos, que são a putrescina e a cadaverina.
Porém, com a cremação, o perigo da contaminação dessas doenças será eliminado, uma vez que o corpo não passará pelo estágio de putrefação.
Um outro exemplo de doença que pode ser prevenida é a dengue. Os vasos de flores que são deixados nos jazigos, caso não tenham uma manutenção correta, podem se tornar criadouros do mosquito transmissor da dengue, o Aedes Aegypti, colocando em risco a vida dos funcionários e das pessoas que visitam o cemitério.
Economia de espaço e de dinheiro
Um outro benefício da cremação é a economia de espaço e de dinheiro, pois uma urna cinerária custa muito menos do que um caixão, e ocupa um espaço muito menor.
Em um cemitério particular a compra de um jazigo custa no mínimo R$ 20.000,00. Acrescidos aos custos de caixão, taxa de sepultamento, exumação e manutenção do jazigo, os custos passam a ser muito mais elevados quando comparados aos da cremação, que possui preços a partir de R$ 3.500,00.
Após a cremação, as cinzas podem ser armazenadas em urnas cinerárias, que custam a partir de R$ 200,00 e variam para valores mais elevados de acordo com o material que são produzidas. Caso os familiares não queiram espargir as cinzas num rio, lago, mar ou jardim, e nem guardar a urna cinerária dentro de casa ou fora dela, uma opção é guardá-la dentro do crematório em grandes armários de madeira com portas de vidro e fechadura, conhecidos como columbários, que possuem mensalidades a partir de R$ 70,00. Como pudemos ver, a cremação pode custar até 6 vezes menos do que o enterro.
Concluindo, os apelos sociais para as pessoas que se formam no curso de Ciências Mortuárias e de Cremação são muitos, e oferecem benefícios às famílias, ao Estado e a toda população.
O termo Ciências Mortuárias é uma Metodologia de Ensino criada pelo Prof. Sergio Portela, fundador e diretor da escola Signum Cursos, e tem como objetivo unir as 6 profissões em um único curso, são elas: auxiliar de Necropsia, Papiloscopia, Agenciamento Funerário, Tanatopraxia, Necromaquiagem e Reconstrução Facial.
Já o curso de Cremação da Signum contempla os cargos administrativos do crematório, sendo eles o de coordenador, assistente e atendente, preparando os profissionais para a parte técnica e oferecendo o conhecimento sobre cada processo.