09/06/2021

A indústria da cremação em 2021

Por admin

A pandemia do coronavírus assolou todo o mundo em 2020. Depois do surto na China e na Itália, o vírus começou a se alastrar para diversos países, e, com isso, infelizmente a ceifar muitas vidas, sobretudo aqui no Brasil.

Com o avanço da doença sem que existissem precedentes, tratamento ou vacina, a mortalidade elevada foi uma realidade com a qual o mundo inteiro precisou lidar, sem ter qualquer tempo de preparo.

Com isso, como já era de se esperar, a indústria funerária em geral sofreu uma inesperada sobrecarga. Os crematórios passaram a ter fila de espera, e os cemitérios ficaram sobrecarregados.

Sem a possibilidade de um velório tradicional, com os cemitérios cada vez mais lotados e com a dúvida sobre o tempo de contaminação remanescente nos corpos de pessoas falecidas em decorrência a COVID-19, a cremação passou a ser uma escolha mais óbvia e prática para muitas das famílias enlutadas.

Isso inevitavelmente também gerou sobrecarga para a indústria crematória, mas agora, em 2021, mesmo com o novo aumento de óbitos com a segunda onda do coronavírus no Brasil, os crematórios já estão mais preparados após a experiência do ano passado.

Entenda um pouco mais sobre a indústria da cremação, desde o seu início até chegar no ano de 2021.

A origem do processo da cremação no mundo e no Brasil

O primeiro registro sobre a cremação ocorreu na Grécia na Idade do Bronze, ou seja, aproximadamente a 3.300anos a.C. Foram os gregos que tornaram a cremação mais popular, e depois os romanos adotaram esse costume. No Japão a cremação começou a se popularizar cerca de 550 d.C, sendo uma prática comum primeiro entre os nobres, e depois estendida ao povo. A cremação foi muito incentivada no Japão, tanto pelos budistas, quanto pela falta de espaço para sepultamento dos seus mortos.

 

Essa segunda razão fez com que o Japão instaurasse uma lei em 1867 que obrigava as famílias a incinerar os seus entes queridos mortos por doenças contagiosas, por questão de controle sanitário.

 

O primeiro crematório no brasil foi fundado em 1974, na cidade de São Paulo, que leva o nome de Dr. Jayme Augusto Lopes, mais conhecido como Vila Alpina. Hoje em dia, existem diversos crematórios que oferecem serviço funerário completo às famílias.

Por que escolher pela cremação?

Muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre a cremação, tanto por desconhecer o procedimento, como por ouvir falar de alguns mitos que cercam o procedimento. Por conta disso acabam se perguntando se a cremação é realmente a melhor opção. 

Existem muitas vantagens em optar pela cremação. Ela é uma escolha mais sustentável, ecológica, e também mais econômica para a família. Além dessas questões, ainda existe atualmente a sobrecarga dos cemitérios por conta do gigante aumento no número de sepultamentos.

Esse número cresceu tanto na alta da pandemia em 2020, que a prefeitura de São Paulo contratou postes extras de iluminação para os enterros que passaram a ser realizados também durante a noite.  Alguns cemitérios no Brasil precisaram operar a abertura de mais covas para comportar a demanda.

Pensando nesse panorama, a cremação passa a ser uma escolha mais sensata e consciente, e que proporciona a certeza de uma despedida respeitosa, sem riscos posteriores.

O aumento das cremações como prática nos últimos tempos

A cremação, que já foi um assunto tabu, ganhou espaço e é uma escolha muito comum nos dias de hoje, tendo suas vantagens reconhecidas pelas famílias em luto que optam em cremar o seu ente querido.

Mesmo sendo uma prática antiga, por muito tempo houveram mitos em torno da cremação, principalmente por fatores religiosos. Algumas religiões não aceitam essa prática até mesmo nos dias de hoje, como é o caso do islamismo.

Outras religiões, no entanto, consideram cremar os mortos um rito obrigatório de passagem, como no hinduísmo. O fogo é considerado como desapego do espírito pelo corpo, permitindo que a sua alma seja liberta e purificada. Algumas outras crenças, como o espiritismo, exigem que sejam esperadas 72 horas após o falecimento para a cremação, e isso é previamente combinado com o crematório.

Após a cremação

A cremação em si dura entre 1h30 a 2 horas, variando de acordo com o tamanho da pessoa falecida. O procedimento é relativamente rápido, mas ainda assim os restos mortais não são entregues à família no mesmo dia.

Geralmente, após a incineração do corpo, os fragmentos restantes dos ossos são triturados até que se formem as cinzas, em uma consistência de areia fina.

As cinzas da pessoa falecida são entregues aos familiares em até duas semanas após a cremação. Muitas pessoas optam em escolher um lugar que foi importante para o seu ente querido em vida para despejar as cinzas, mas alguns familiares optam em guardar em urnas. Não existe nenhuma contraindicação higiênica para nenhuma dessas escolhas.

O impacto na indústria crematória em 2020

Para se ter uma ideia de todo impacto que o mercado de cremação sofreu no ano de 2020, um dos principais crematórios da cidade de São Paulo chegou ao limite de sua capacidade e a prefeitura precisou abrir novas vagas nas câmaras frias para armazenar os corpos que aguardavam em uma fila de espera para serem cremados.

Enquanto a média diária dos principais crematórios, antes da pandemia, era de cerca de 30 cremações por dia. Durante a pandemia, esse número chegou a aumentar para uma média de 48 cremações por dia.

Sofrimento para as famílias

Com esse transtorno a família, já fragilizada pela perda do seu ente querido, ainda passa a enfrentar mais um sofrimento para conseguir uma despedida digna de forma breve, sem prolongar a dor do momento e da perda.

Como os carros funerários não estavam dando conta da demanda, não havia previsão exata também para a chegada dos corpos até o local da cremação. Ao chegarem, ficavam armazenados em câmaras refrigeradas.

De acordo com a lei, os corpos só podem permanecer nas câmaras por no máximo 48 horas antes da cremação e com isso, pela alta dos óbitos, começou a faltar espaço.

Já tendo vivido essa experiência no ano passado, a indústria crematória em 2021 está mais preparada para atender a demanda, minimizando o máximo possível o desconforto dos familiares.

Alguns crematórios chegaram a alugar containers para ampliar o espaço de funcionamento, além de contratarem mais profissionais especializados.

O objetivo é atender o aumento da demanda dos óbitos em consequência da Covid-19, para oferecer às vítimas toda a dignidade possível em um momento onde a família já sofre sem a possibilidade de uma despedida convencional por conta do vírus.

Problema mundial na indústria da cremação

Não é apenas o Brasil que sofre com a sobrecarga nos crematórios. A Índia enfrenta um momento muito difícil, com 15.000 indianos mortos somente no mês de abril.

 

Os profissionais do setor funerário já alertaram que se esse ritmo prosseguir, não vai haver espaço e nem tempo o suficiente para que todas as vítimas de Covid-19 sejam cremadas.

Além disso, o mercado tem buscado mais a cada dia por profissionais que sejam especializados na área da cremação para atender essa demanda que não para de aumentar. Mas há um grave problema com a qualificação desses profissionais.

Se você está pensando em trabalhar nessa área é muito importante que esteja bem preparado e qualificado. Para isso, você pode fazer um curso de cremação, ou até mesmo outras áreas relacionadas às Ciências Mortuárias, para assim ter certeza de que conseguirá se profissionalizar da melhor forma dentro dessa indústria.

Se você quer conhecer mais sobre a área da cremação e entender como ela cresce a cada dia no Brasil, não deixe de ler o nosso artigo sobre esse crescimento.